domingo, 27 de dezembro de 2009

A sensação que tenho de perda ou que você diria de não-lugar. De não-lugar em sua vida. De sentir, e querer, meio que em um não-querer, provar a mim mesma que não mereço tamanha felicidade. Não, felicidade não é pra mim. É um qualquer coisa entre a mediação da euforia e do desespero. E felicidade vem sempre acompanhada de um certo desespero. E medo. Medo de perder o que é bom. Medo das borboletas em meu estômago que podem me trazer gozo ou ansiedade.
Se despertas em mim tudo isso ao mesmo tempo e agora, deve ser real. Tem que ser real. E por conta da imaginação ficam outras coisas...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Tudo que ela sabia e dizia o tempo todo é que era preciso se recuperar, mas, a pergunta agora era: recuperar o quê? O que ela nem sabia que um dia havia existido. As configurações da mulher adulta não eram, e talvez nem pudessem ser, todos os sonhos de outrora. Afinal, nós somos aquilo que julgamos ser ou somos a imagem projetada de um sonho? Sonhos esses que são meus ou de outros? A quem, de fato, interessam os sonhos?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

... Se me falas com tamanha ternura de minha quietude no dizer, de minha confusão e meus medos, saiba que, com o tempo, o carinho transpõe estas barreiras. É que, no fundo, nos já sabemos entender o que outros talvez chamassem de sintonia. Temos nossa própria 'sintonia', de carinhos e palavras, de corpos e gestos, de idéias e ações... de tudo aquilo que eu dizia de me trazer de volta inspiração e transpiração. De sonhos e planos compartilhados. De algo que, eu sei, só me faz bem!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

É que, agora, quando o sentimento transborda, a caneta cai... e me forço em caminhos que já nem sei se sou.

Eu quis querer saber ser.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quem não é capaz de mudar suas relações cotidianas será capaz de mudar a sociedade?
O que eu não posso sair dizendo por aí, posso, quem sabe, encontrar alívio (que não é refúgio) aqui.
Da vontade que tenho de me apaixonar e, mais que isso, de encontrar alguém pelo qual eu não precise ter vergonha disso.
Que não pareça piegas e nem precipitado, mas que seja mútuo e, sobretudo, rápido. Paixões loucas que nos arrebatam em três dias, que têm o poder de lhe fazer mudar planos e até de cidade!
Que em um beijo possam sentir a vontade da entrega sem vergonha, pudores, rancores ou vaidades.
Que em uma conversa tenha o poder de lhe fazer querer viajar o mundo só para ver com seus olhos tamanho encanto que agora via nos dele.
Que sinta a vontade de que tivesse sido mais...
Que sente vontade de conhecer, de fazer parte, nem que seja em um sonho distante, de uma vida, que agora também ficou distante.
Que me traga de volta a inspiração... e também a transpiração!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Preciso de paixões platônicas para me sentir viva
Preciso conhecer pessoas que me fazem lembrar de como era a vida
Preciso de você me falando de poesia
Preciso de uma folha em branco para os momentos de agonia,
Para quando a cabeça estiver cheia de sonhos e o coração cheio de amarras
Para quando for preciso revolucionar essas pequenas reformas.
Virar o mundo do avesso,
me perder para depois me achar
Chorar para saber amar.
Sair da latência e começar a verbalizar.
(Saber a hora em que tudo deve se acabar?)

O fim é o começo escrito em outras palavras.
Certos erros não são somente erros ou defeitos,
São vícios.

Certas noites não são frias pela temperatura que marcam no termômetro
São frias por já não encontrarem motivos para serem quentes.

Certas pessoas já não são mais especiais por terem perdido o encanto,
mas por deixarem o encanto morrer dentro delas.

Certos amores não são mais amores pela falta de sentimento,
mas, arrisco-me a dizer, pelo excesso dele.

Certas palavras ja não são ditas ou escritas.
Não por terem perdido a importância,
mas por talvez não se precisar mais delas.

Certas pessoas já não fazem mais parte da vida
Não por não fazerem falta,
mas por ter feito dessa falta
um sentido para a própria vida.

(03/06/09)
Reflexões sobre o tempo

A medida do tempo
Por vários argumentos e várias contestações,
por ser relativo ou imperativo.
O tempo dos indivíduos
O tempo contemplativo
E o tempo das vivências
Das múltiplas experiências
E, sobretudo, o tempo do que não foi
Da saudade do que poderia ter sido
Dos tempos idos
O que foi perdido
E o que já não volta mais...

(19/05/09)
Houve um tempo em que era fácil saber o que era felicidade. A escrita era macia, sem impedimentos, com lamúrias sim, e esta parecia ser a receita para a inspiração, mas havia sonhos ou ao menos esperanças. A vida parecia pesar, mas bem menos do que nestes tempos de apatia, da mão calejada por escritos sem coração. A escrita era simples, por vezes desordenada, e era bonito para muitos, porque parecia bonito também a ela. Não precisava de palavras rebuscadas, e o conhecimento que tinha parecia lhe bastar.
A solidão era uma opção que ela buscava apenas como refúgio, nunca como solução ou obrigação. Havia com quem compartilhar. Não precisava de revisão, tão pouco aclamação, por mais que ela viesse. A vida era mais alegre e um dia de sol poderia ser celebrado com cerveja, sorvete, uma conversa ou um simples olhar, mas, na maioria das vezes, era com tudo e por tudo isso... era poesia, que trazia, na verdade, o que hoje se busca: a vida.
Sem amarras sem vírgula sem pudor sem medir palavras, com muitas palavras, com desordem, com prazer, sem luxúria reprimida, sem solidão e sem a solidão que foi perdida. Sem sentido! Dotada de um sentido que era só seu, e era sentido dentro do peito. Era a vida que ainda sonhava que ela mesmo fosse melhor, sem saber que era dessa esperança que se fazia a felicidade... e a poesia.
Estou de volta a este lugar...