sexta-feira, 5 de junho de 2009

Preciso de paixões platônicas para me sentir viva
Preciso conhecer pessoas que me fazem lembrar de como era a vida
Preciso de você me falando de poesia
Preciso de uma folha em branco para os momentos de agonia,
Para quando a cabeça estiver cheia de sonhos e o coração cheio de amarras
Para quando for preciso revolucionar essas pequenas reformas.
Virar o mundo do avesso,
me perder para depois me achar
Chorar para saber amar.
Sair da latência e começar a verbalizar.
(Saber a hora em que tudo deve se acabar?)

O fim é o começo escrito em outras palavras.
Certos erros não são somente erros ou defeitos,
São vícios.

Certas noites não são frias pela temperatura que marcam no termômetro
São frias por já não encontrarem motivos para serem quentes.

Certas pessoas já não são mais especiais por terem perdido o encanto,
mas por deixarem o encanto morrer dentro delas.

Certos amores não são mais amores pela falta de sentimento,
mas, arrisco-me a dizer, pelo excesso dele.

Certas palavras ja não são ditas ou escritas.
Não por terem perdido a importância,
mas por talvez não se precisar mais delas.

Certas pessoas já não fazem mais parte da vida
Não por não fazerem falta,
mas por ter feito dessa falta
um sentido para a própria vida.

(03/06/09)
Reflexões sobre o tempo

A medida do tempo
Por vários argumentos e várias contestações,
por ser relativo ou imperativo.
O tempo dos indivíduos
O tempo contemplativo
E o tempo das vivências
Das múltiplas experiências
E, sobretudo, o tempo do que não foi
Da saudade do que poderia ter sido
Dos tempos idos
O que foi perdido
E o que já não volta mais...

(19/05/09)
Houve um tempo em que era fácil saber o que era felicidade. A escrita era macia, sem impedimentos, com lamúrias sim, e esta parecia ser a receita para a inspiração, mas havia sonhos ou ao menos esperanças. A vida parecia pesar, mas bem menos do que nestes tempos de apatia, da mão calejada por escritos sem coração. A escrita era simples, por vezes desordenada, e era bonito para muitos, porque parecia bonito também a ela. Não precisava de palavras rebuscadas, e o conhecimento que tinha parecia lhe bastar.
A solidão era uma opção que ela buscava apenas como refúgio, nunca como solução ou obrigação. Havia com quem compartilhar. Não precisava de revisão, tão pouco aclamação, por mais que ela viesse. A vida era mais alegre e um dia de sol poderia ser celebrado com cerveja, sorvete, uma conversa ou um simples olhar, mas, na maioria das vezes, era com tudo e por tudo isso... era poesia, que trazia, na verdade, o que hoje se busca: a vida.
Sem amarras sem vírgula sem pudor sem medir palavras, com muitas palavras, com desordem, com prazer, sem luxúria reprimida, sem solidão e sem a solidão que foi perdida. Sem sentido! Dotada de um sentido que era só seu, e era sentido dentro do peito. Era a vida que ainda sonhava que ela mesmo fosse melhor, sem saber que era dessa esperança que se fazia a felicidade... e a poesia.
Estou de volta a este lugar...