sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

A namorada que eu poderia ser (ou, se preferir, a que eu era)

Eu poderia muito bem ser a namorada que come um simples bombom em casa e guarda outro para levar para você no dia seguinte, como já fiz várias vezes. Era apenas um bombom. É pouco, mas era o sinal do muito que lembro de você.

Eu poderia ser a namorada que te levaria bolos e lanches quando você não tivessemos dinheiro para fazer uma refeição em algum restaurante ou algo assim, como quase fiz, se não o fiz, foi porque as contingências não me deixaram. Vontade não me faltou. De levar você para fazer um simples piquenique em um bosque da cidade.
Mas, afinal, você odeia piqueniques. Agora eu já sei disso.

Eu poderia ser a namorada que te faz um mimo, um agradinho pequeno todos os dias, além do já habitual carinho. Que chega com um sorriso no rosto e te dá um abraço todas as manhãs não por ser um dia especial, mas por você ser alguém especial; mas se para você um "Oi" é apenas um "Oi", para mim ele é um "Bom Dia".

Eu poderia ser a namorada que grava cds com nossas 'músicas-tema', mas nós sequer as temos.

Eu poderia ser a namorada que monta presentinhos caseiros usando a minha pouca criatividade e o meu 'muito coração', mas você não se importa com presentes.

Eu poderia ser a namorada que se arruma, que coloca o perfume que você gosta e fale com o maior orgulho que eu sempre falei: “Estou me arrumando pro Meu Amor”, mas isso não passa de uma ‘mera preocupação capitalista’.

Eu poderia ser a namorada que além da imensurável preocupação, não só se preocupasse, mas também ligasse para saber se depois que você desceu daquele ônibus você melhorou a dor de cabeça, mas como eu já ouvi: “deve ter alguém aí na sua casa para cuidar de você”. (Só não vejo em quê isso afeta um simples telefonema, mas você deve ter lá seus motivos).

Não gosto de comparações. Não sou melhor e nem pior e muito menos igual a nenhuma das mulheres que você já teve e nunca tive a pretensão de ser. Se você percebe as minhas atitudes como diferente às delas, deveria se lembrar que nem sempre eu fui assim, e se sou hoje, é uma forma de reação parcialmente espontânea a tudo o que já fiz por você, mas não fui valorizada.

Não é que eu espere um valor. Não é que eu espere uma relação de troca. Não. Não é isso. Em relações afetivas, no amor, não há essa classificação de trocas e interesses; o que há é o respeito, o carinho e a preocupação que, a meu ver, são inerentes ao próprio sentimento.
Não é que eu faça algo esperando receber algo em troca. Eu faço e fiz tudo o que já fiz por você e para você por considerar a sua enorme importância em minha vida. Se hoje já não faço mais, ou ao menos não com tanta freqüência, não é por ter perdido o interesse ou qualquer coisa do tipo, mas é por uma certa perda de motivação.

O amor deve ser cultivado...

4 comentários:

Prof. Léo disse...

Este texto me soou como um desabafo, mas ficou ótimo! Me emocionei. eheheh. Bjao.

SPiGa disse...

lembre-se de quando agente andava nas estrelas...

Ajedrez - Chess - Xadrez disse...

Spiga,
pisando mano? Levanta o astral da mina, ela gosta de tu. Avante Camarada!

Alice Fernandes disse...

marianaaaaaaaaaaa
que texto perfeito!
praticamente me vi nele
=x

espero que esteja tudo bem,apesae deste texto parecer um tanto quanto real com você!

beijo grande da Lice!
;*****