quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Comecei este texto, meio trôpego, querendo dizer sobre quando se sabe o fim de um amor... sabe-se o fim pelo fim do brilho nos olhos, pelo fim do tesão, mas, quero falar, na verdade, e sobretudo, sobre como se sabe o fim de um sonho. Como saber reconhecer a tão famigerada frase de que “o sonho acabou”. E quando digo sonho, não me refiro apenas ao sonho fabuloso do amor, refiro-me a sonhos de vida. Como reconhecer e, acima de tudo, como seguir adiante, quando o sonho acabou? Quando se sabe que para si só resta mesmo esta cara amarrada no fundo de um copo. Quando, para todos, só restam os sonhos de outrem, os sonhos, que não foi você quem sonhou. Quando, na porta ao lado, esta porta está fechada. Quando, não se sabe sonhar e, por isso, não compensa nem dormir. Como sobreviver a um sonho abortado, ainda juvenil, e seguir adiante, fingindo ser adulta. Como ser adulta, se não fui, por um segundo, tão juvenil? Como explicar para outros o que sinto, se para eles, simplesmente, não interessa. Como, me diga como, depois de ter visto e vivido tudo (que não é nada) continuar em uma vida de renúncias, em uma vida de clausura, em uma vida de tédio! Como, sobreviverei ao tédio da vida real que tanto desejei?

Um comentário:

Mariana disse...

Quem sonhos são esses que já desacreditas? Ainda resta uma esperança, uma vontade, de lutar, de vencer, pois a luta não foi em vão, vc sabe que não foi... ainda resta... eu sei que resta.