domingo, 28 de fevereiro de 2010

Há sempre em mim uma tentativa de me fazer triste. Mesmo que essa tristeza talvez nem exista de fato, mas, é bem verdade, que me sinto sempre muito mais humana quando me sinto triste. Quando há em mim um aperto no peito que me faz senti-lo vivo. A alegria pode trazê-lo à tona também, mas, confesso, é na tristeza, ou, diria melancolia, saudosismo, etc, que me encontro de fato. É que ela é minha, entende? É, de certa forma, encantador ficar sozinha e saber que sinto tudo isto sozinha, é algo só meu, que só existe dentro de mim. E compartilhar pode até ser bom para a Psicologia, a Bioenergética, a convivência social, mas a real, é que todos precisamos de sentir essa dor saudável. Precisamos nos encontrar. Precisamos de um tempo sozinhos, um cigarro sozinhos, um canto só seu, uma dor que é só sua, um segredo, um qualquer coisa que te faça sentir-se única, sentir-se humano, capaz de sentir, refletir, e não ser (ainda) robotizado pelo mundo.

E é sempre preciso lembrar-se de Vinicius:
"Que todo grande amor só é bem grande se for triste".
"Uma mulher tem que ter alguma coisa além da beleza, Qualquer coisa feliz, Qualquer coisa que ri, Qualquer coisa que sente saudade".

É que, tem horas, em que as rochas querem sentir-se conchas.

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